sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Causos da desgraceira de loucos em plena guerra - Fragmentos da Vida (Final)



Agora Tobi se reclusa ainda mais. Após seu amigo Tobi enfiar uma bala na cabeça, ele se afundou num mundo mais sombrio. Resolveu não mais buscar o outro Tobi remanescente pra saber o que aconteceu. Também não quis mais LSD dos membros da seita Fragmentos da Vida.

Em seu quarto, ele vegeta e aguarda sua família tomar providência sobre seu destino. Não autorizou visita. Não recebe outros Tobi´s. E passado algum tempo, ninguém mais o procura. O esqueceram facilmente. Esse é seu meio... seu nicho.

Sem contato pelas redes sociais, Tobi sumiu! Aliás, ele não tem mais convívio social. Sua descrença o torna vegetativo. “Tudo que eu fiz, tudo que eu acreditei, tudo... tudo... foi por nada?”. Ele pensava sobre as manifestações no meio do ano no Brasil.

O que Tobi ainda não entendeu foi que ele mudou. Mesmo assim, ele desrespeita quem sempre lutou, inclusive por ele.

E esse seu grau de descrença não é pelo fato das mudanças no sistema não acontecerem. Essa negação é também em relação ao seu meio. Ao lugar onde vive. Os ambientes que frequenta. A visão que lhe foi imposta pela família. Pelos amigos. As atitudes que tinha.

“Tobi, pode ser que o sistema não tenha mudado, mas você mudou!”.

Essas reflexões vêm ao mesmo tempo em que uma estranha sensação de inoperância toma conta do seu ser.

...

Notas de Cotard à Tobi:

A minha síndrome (a Síndrome de Cotard ou Delírio de Cotard ou Síndrome do Cadáver Ambulante ou Delírio Nihilista ou Delírio de Negação) é rara. Seu fundo é psicológico e agradeço pelo fato de você (Tobi) me manter, mesmo que raro, vivo - por você estar morto em vida.  

Hoje, as máquinas controladoras trabalham no seu “fundo psicológico”, por isso Tobi, você acredita estar morto e não reage ao que a vida externa lhe proporciona. Logo você chegará ao estágio em que acreditará que seus órgãos vitais e tudo mais que há dentro desse seu corpo inútil está podre.

Pra você e seu meio não há mais antidepressivo que resolva. Nem eletrochoque.

Agora você nega sua própria existência. Mas parece que isso é quase que contagioso, já que o poder e sua impunidade passam por cima da existência de todo um povo.

Já diagnostiquei seu futuro Tobi: Germinação: sofre crises de depressão psicótica e sintomas hipocondríacos. Florescimento: aflora irreversivelmente seus delírios de negação. Crônica: seus delírios chegam ao estágio absurdamente profundo, sua gravidade gera a depressão crônica (sintomas da Síndrome de Cotard).

Att
Jules Cotard

...

Tobi, não é a podridão de um sistema podre que merece desprezo. Os membros desse sistema nos provam a cada dia que não há nada pior no mundo que eles mesmos.

Porém, a postura de Tobi´s como você, que se isentam de culpa pelos problemas coletivos, o torna merecedor da crença em seu apodrecimento. 

Por acreditar que pertence a uma “categoria social melhor”, você se corrói. E após perceber o que realmente é pra toda uma sociedade, se coloca no seu devido lugar e se nega a viver.


Então que você morra Tobi, morra aos poucos. Assim como toda sua sociedade. Todo seu nicho. Seu meio. Também seus amigos. Sua família. Você é tão podre quanto às pessoas que critica. Sendo assim, merece acreditar, em vida, que está morto.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Causos da desgraceira de loucos em plena guerra - Fragmentos da Vida (Capítulo II)




- O que esses três idiotas estão fazendo aqui? – disse um Guru para outro Guru.
- Ora, amado mestre, você disse pra falar da nossa seita pra quem estivesse nas manifestações. E eles estavam...
- Mas eles são uns Tobi´s porra!
- Eu sei mestre, mas agora estão aqui. O que vamos fazer?
- É... agora não tem o que fazer. Porra...

...

Durante os protestos que ocorreram no Brasil nos últimos meses, alguns Gurus começaram a articular a criação de uma seita. Em diversos encontros durante as caminhadas pelas ruas de Curitiba, por exemplo, um grupo de sábios criou a Fragmentos da Vida.

Essa seita tem o objetivo de fragmentar ainda mais a cabeça dos Gurus espalhados pelo mundo. Cada mestre tem contato direto com a fabricação sintética global, que distribui cartelas e mais cartelas de LSD around the world.

Por isso paga-se um preço pra entrar na Fragmentos. Até porque estando no culto, você recebe sua porcentagem milimetricamente controlada de papel. Durante os encontros, o sintético é dividido como se fosse hóstia. Dessa forma, os participantes formam uma fila que lembra o ritual católico, vão até os Gurus, que ficam espalhados pelas “igrejas” (normalmente as reuniões são realizadas em bares com locais definidos poucas horas antes da realização do evento), e tomam a chamada dose fragmentadora.

...

- Tobi, será que foi uma boa ideia ter vindo aqui?
- Olha Tobi, do jeito que o Tobi está, acho que foi sim, vamos ver se ele se solta um pouco – os dois Tobi´s conversavam baixinho, enquanto o outro Tobi estava concentrado a observar todas as pessoas no ambiente.
- Cara... acho que vai começar a parada – disse o Tobi.

Então os três se aproximaram dos Gurus da seita.

...

“Irmãos!” – e levantou a mão o sábio Guru Principal.

“Quero que todos vocês aqui” – e olhou ao seu redor. Lá estavam os três Tobi´s e mais quatro Gurus. Ao todo formavam oito membros, além do dono do boteco/mercearia/açougue Jabuti, localizado no Centro Cívico.

“Estamos aqui no Centro Cívico hoje, mas poderíamos estar em outro lugar. No Parolin, na Vila Guaíra, na CIC, etc... bom... poderia dizer qualquer outro lugar de Curitiba, afinal... eu tenho o mapa (e mostrou a mapa da cidade pendurado num gancho ao lado de umas linguiças). Entendam! Eu não só conheço a cidade com a palma da minha mão! Eu sou um organismo vivo dentro desse arranha-céu de ferro e cimento. Faço parte da gelatinosa mobilidade urbana dessa nova era que estamos construindo.

Então resolvi fazer o encontro aqui... sim... aqui no Centro Cívico. E por que no Centro Cívico? Ora... porque... porque aqui podemos sentir o cheiro do poder! Sim! Logo ali! A menos de 100 metros daqui, estão as moradias dos nossos maiores inimigos. Lá... sim... bem ali... ó... logo ali... estão os que manipulam as leis. O executivo, o legislativo e o judiciário. Entenderam? O executivo, o legislativo e o ju di ci á ri o”.

...

- Mas que porra é essa Laércio? Quem são esses idiotas gritando lá fundo do seu bar?
- Uns moleque aí que apareceram. Compraram um monte de vodca e disseram que vão fazer uma reunião. Deixei... falaram que seria rápido... mas já começaram a falar um monte de merda né.
- Pois é... que tipo estranho esses caras aí... tudo cara de abestaiado... vou me embora, outra hora volto.

...

“Gostaria de dizer também...”...

- Olha só... – um dos Tobi´s interrompe: como é mesmo seu nome? – pergunta ao Guru Principal.
- Guru... me chame de Guru... e você... quem é?
- Tobi, me chame de Tobi. Apenas Tobi.
- Tobi? Que nome mais estranho. Por que Tobi?
- Porque sou um pequinês enfurecido. Sou um cão sangrento. Posso acabar com todos vocês.
- Calma! Calma! Perdoai-o sábio Guru... ele não sabe o que fala! Inclusive o trouxemos aqui pra que possamos comungar e partilhar da dose fragmentadora!

“Como ele sabe da dose fragmentadora”, cochichou um dos Gurus pra outro Guru. “Ué... nós fizemos um flyer, esqueceu? Nós distribuímos o flyer na manifestação!”. “Ah... é verdade!”.

...

“Se você também acredita que sua vida está fragmentada. Se você olha ao seu redor e vê várias direções e quando se depara com as encruzilhadas da sociedade não sabe para onde ir? Então venha conosco! Nós, da Fragmentos da Vida, podemos ajudar.

Acesse: www.fragmentosdavida.org.br. Curta nossa página no Face: /fragmentosdavida.com. E acompanhe nossas atualização no twitter: @fragmentosdavida.

Tenha outra percepção!”.

Esse é o texto do flyer que a seita distribuiu nas manifestações, com o desenho de uma cartela de bike.

...

- Quer dizer então que meus nobres convidados querem a dose fragmentadora?
- Sim mestre! – disse um dos Gurus.
- Eu estava me referindo aos Tobi´s, meu nobre Guru.
- Oh mestre, perdão!
- Está perdoado! Seu viciadinho! Hihihi... bom... retomando! Eu, como Guru que sou, tenho a capacidade de perdoar. Algo muito simples pra mim!
- Pode, por favor, me dar uma dose desse negócio? – disse o pequinês enfurecido.
- Ui ui ui... o cacholinho da mamãe está nervosinho! Au Au Auuuuuuuuuuuuuuu! – e começou a uivar.

Então os outros Gurus começaram a uivar e os Tobi´s começaram a se enfurecer.

- Que porra é essa? – disse um dos Tobi´s: nós viemos aqui pra tomar uns papel porra, meu amigo aqui tá tenso pra caralho faz uns dias e precisa de uma dose dessa porra. E vocês ficam uivando nessa porra de boteco de merda?
- Auuuuuuuuuuuuuuu os cacholinhos da mamãe estão ficandinho com raivinha... guti guti... querem um quik de morango? – perguntou o Guru Principal.
- HAHAHAHAHDÇKAFJHDASÇLKFJALÇKDSFJÇASKD – os Gurus chapados de papel não paravam de rir.
- Eu não quero ficar nessa merda de boteco fedendo a linguiçaaaaaaaaaaaah. Cadê? Cadê? – disse enfurecido um dos Tobi´s.
- Cadê o que meu filho? – respondeu pacificamente um dos Gurus, como se nada tivesse acontecido.
- Cadê a porra do papel?
- Que papel?
- Aquele que vocês escreveram na porra desse flyer ridículo aqui.
- Flyer? – disse o Guru Principal assustado e olhando pros outros Gurus. Um deles apontou pro responsável pela divulgação nas manifestações e também nas redes sociais.
- Sim, essa merda aqui – e um dos Tobi´s levou o flyer ao Guru.
- Hmmmm... – olhando o papel.

Então disse seu pensamento clássico:

Eu você nós vós eles... todos somos fragmentos de uma vida.

Somos os Fragmentos da Vida.

Existe mais de uma vida?

Não. 

Existe uma vida. Uma vida eterna. E nós somos fragmentos dela. Cada pequeno fragmento tem sua história e essas histórias e períodos formam constantemente a história da humanidade. Que também é um fragmento da vida.

A expressão “eu cuido da minha vida” não existe. A vida é eterna. Quem você pensa que é pra achar que manda na vida? E o que é pior! Quem você pensa que é pra cuidar da vida do outro? Vida que nem dele é...

A vida não é isso. Ela vai existir com ou sem nossos fragmentos. E é isso que somos pra ela.

Nós é que somos pra ela.

E o que somos?

Somos fragmentos.

...

- Sabias palavras amado mestre.
- Tá... sábias palavras... mas só vocês podem ficar doidos? Cadê a porra do nosso papel? Nós pagamos essa merda de seita aqui porra...
- Pagaram? – disse o Guru Principal novamente olhando pros outros Gurus. Agora o outro apontou pro outro, dedurando sobre a questão financeira.
- É... sabe como é... toda seita precisa recolher alguns fundos não é? Aí resolvi criar uma conta bancária... sabe como é né amado mestre!
- Hmmmmmmmmmm... – meditou uns segundos o sábio Guru Principal. Então continuou: meus jovens. Vejam bem... veeejam bem... vejam bem mais uma coisa. Estão vendo esses Gurus que aí estão?

Os Tobi´s consentiram com a cabeça.

- Pois bem... quero que vocês se dêem as mãos e orem... se juntem... se unam... e orem... e não esqueçam... prestem bem atenção no que eu vou dizer! E após isso, passaremos ao momento da dose fragmentadora... ok?

Então o sábio Guru Principal fez com que todos se aproximassem de mãos dadas, num círculo, de cabeças abaixadas.

- Respirem fundo meu jovens! Respiram fundo! (uma pausa) E agora imaginem uma cachoeira! Sim! Uma bela cachoeira. E em volta... ah! Somente a mãe natureza e ao som dos pássaros...

“fueeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeh” – aí seu Laércio começou a cortar um pedaço de costela ao fundo do estabelecimento, que também funciona como mercearia e que também é um açougue.

Nesse momento, quando todo mundo olhou pra onde vinha o barulho, o Guru Principal saiu correndo. Ninguém entendeu nada. O cara vazou numa velocidade muito grande, todos ficaram estupefatos.

Então os Gurus que ficaram não paravam mais de rir da situação. Mal sabiam eles o que estava por vir.

...

Um dos Tobi´s, o maior deles – com porte de quem fica mais tempo na academia de ginástica do que em qualquer outro lugar; ficou enfurecido. Enquanto os Gurus riam, ele resolveu pegar umas daquelas linguiças penduradas nuns ganchos e começou a descer a porrada nos chapados.

Deu tanta linguiçada nos maluco que chegou a cansar seu braço malhadão.

Após o espancamento, o Tobi revistou os quatro Gurus que estavam esparramados pelo chão envoltos de restos ‘linguiçais’ na boca, na bunda, no pau, na barriga, na orelha, em toda parte. Tanto o dono do bar quanto os outros Tobi´s ficaram atônitos com o que viram.

- Aqui está! – disse o Tobi pra outros Tobi´s. Com uma pequena cartela de papel.
- Quer dizer então que vou experimentar o tal do LSD? – disse Tobi.
- Sim Tobi! Vai experimentar! E tenho certeza que será como um novo buraco na sua cabeça! Um terceiro olho! – disse o outro Tobi.
- É... será como uma bala entrando na sua testa e levando pra dentro do seu cérebro novas percepções...

Triste premonição. 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Causos da desgraceira de loucos em plena guerra - Fragmentos da Vida (Capítulo I)



Após as manifestações revolucionárias dos últimos meses, Tobi foi se refugiar num casulo. Tornou-se um estado de negação. Passou para o campo da descrença.

E foi numa madrugada que um outro Tobi enfiou um papel na sua goela. Depois empurrou uma dose de vodca e assim Tobi passou a ter outras percepções.

Sim...  

Tobi foi pra rua. Teve o primeiro experimento da sensação de liberdade. Ele gritou! Ele defendeu!
Mas agora ele está entregue ao álcool e ao papel.

E lá estão os três Tobi´s. O Tobi, o Tobi e o Tobi. No apartamento do Tobi. São camaradas de role. Lá estão eles em seus lugares. E eles estão em todos os lugares.

Tobi está numa pior. Será que há esperança de salvá-lo?

E foi por isso, também acreditando nisso, que os outros Tobi´s enfiaram o LSD na sua goela.

Bom...

O momento passava e não era dos melhores. Tobi estava carregado, num conflito interno tão grande que de tão presente parecia machucá-lo.

Tudo por causa do que ele ouviu de um certo guru, numa seita... dias atrás.

 ...

Eu você nós vós eles... todos somos fragmentos de uma vida.

Somos os Fragmentos da Vida.

Existe mais de uma vida?

Não. 

Existe uma vida. Uma vida eterna. E nós somos fragmentos dela. Cada pequeno fragmento tem sua história e essas histórias e períodos formam constantemente a história da humanidade. Que também é um fragmento da vida.

A expressão “eu cuido da minha vida” não existe. A vida é eterna. Quem você pensa que é pra achar que manda na vida? E o que é pior! Quem você pensa que é pra cuidar da vida do outro? Vida que nem dele é...   

A vida não é isso. Ela vai existir com ou sem nossos fragmentos. E é isso que somos pra ela.

Nós é que somos pra ela.

E o que somos?

Somos fragmentos.

...

- O que você tá escrevendo aí Tobi? – pergunta Tobi.

Faz horas que os Tobi´s tomaram o papel. Estão doidos. O doce já faz efeito. Um dos Tobi´s rabisca num caderno que estava em cima da mesa da sala do apartamento do Tobi.

- O Tobi tá doidão.
- Tá.
- To.

E riram.

- Porra cara, eu to muito doido, cara.
- Ih meu... vai começar?
- Era só o que faltava.
- Cara... porra cara... meu... caralho... cara.
- Vixi... tá apelando já...
- Caralho... tá mesmo...

 Dois Tobis riram, o outro não. Muito pelo contrário, fez uma cara de desesperado. Então disse:

- Meu... cara... essa porra não passa cara.
- Iiiiih...
- Puta merda viu...
- Não cara... é sério... cara... é sério... eu to preocupado já...
- É mesmo? E com o quê? Quer estragar nossa pira? Provocar uma bédi?

Tobi agora está ofegante. Muito acelerado. A face do desespero de alguém que pode explodir a qualquer momento.

- Cara... essa pira não vai passar. Essa pira não vai passar... essa pira não vai passar... essa pira não vai passar... essa piranão vai passar... essapiranão vai passar.... essa pira nãovaipassar... essapiraaaahhhhh.... ahhhhhdhdsdjfçkasjdçkfaçds AHHHHHHÇLADKJFAÇLSKDJFAJLSDLÇKFJA....
- Porra cala essa boca – e o Tobi dá um tapa na cara e outro na orelha do outro Tobi (um legítimo surdão).
 - Porra cara... para de gritar aqui... qué ferrar com toda porra aí meu... tá maluco?
- Calma cara... porra cara... não precisava ter me batido também né... porra...

Tobi levanta novamente com ar de desespero... parece que alguma coisa vai sair de dentro dele. Então diz:

- Cara... – e voltou a chorar. Então continuo aos prantos: “Cara... eu preciso ir... é sério... vou ter que ir nessa... vou embora... buaaaaaaaaaaaaaaaaaah”.
- Então vai.
- É ué... ta amarrado em alguém? – gritou o outro Tobi.
- Eu vou... vocês vão se arrepender disso. Do jeito que estão me tratando. Vocês não sabem o quanto eu to sofrendo e o que eu to disposto a fazer pra acabar com essa merda de sofrimento. Eu realmente não to bem... não to legal... e to falando muito sério.

E saiu.

Então os Tobi´s se olham preocupados. Aí um Tobi resolveu pegar o caderno que o outro Tobi estava rabiscando. Eles se surpreenderam! Uma sensação de terror, medo, culpa!

No caderno, vários desenhos de enforcamento e rabiscos de alguém metendo uma bala na própria cabeça.

- Porra que merda é essa cara!
- Nossa! Suicídio!

E correram.

...

Confortado por ter transferido suas preocupações, Tobi desce o elevador com uma ótima cara. “Agora contem suas histórias seus idiotas”. Não é a primeira vez que Tobi faz isso. É pra deixar seus amigos numa bédi. Coisa de Tobi.

Agora ele vai sumir um bom tempo e depois entrará em contato com os outros Tobi´s.

Os outros dois Tobi´s ligam sem parar no celular do Tobi, mas logicamente ele não atende. Então procuraram Tobi pelas redondezas e não o encontram. Se separam pra procurar Tobi pela cidade, mas é como um tiro no escuro. Vão até a casa de Tobi, mas ele não os atende.

Tobi agora está sozinho em seu casulo em estado de negação. O outro Tobi vaga pelas ruas preocupado a procura de Tobi. Já o terceiro Tobi, desesperado, para acabar com seu sentimento de culpa, foi pra casa e meteu uma bala na cabeça.